A Relação da Astrologia
com a Psicologia, a Ciência, a religião e a magia.
Astrologia, uma Ciência
Milenar ao serviço do Conhecimento Humano
A percepção intuitiva da
existência de uma consciência cósmica e de padrões mais amplos de influência
sobre as realidades e consciências individuais, aliás, é o que fez o ser humano
desde sempre se sentir participante de uma ordem maior do que a percebida nos
seus domínios imediatos.
Observando, catalogando,
analisando e registrando milhares de vezes a ocorrência encadeada de fenômenos
naturais e descobrindo, assim, uma forte ligação entre estes fenômenos e os
acontecimentos banais ou fundamentais da sua vida, o ser humano sempre respeitou
a força dos elementos e a sequência dos eventos como indícios (ou causas) do
que se passava ou estava por lhe acontecer.
Percebeu que no desenvolver
lento e gradual, momento a momento, ciclo a ciclo, das etapas da criação e de
suas espécies vivas, parece residir um plano misterioso que se desdobra:
A cada semente aponta o
próximo fruto, cujo interior estarão depositados os detalhes da semente
seguinte. Pré-definindo, assim, as condições dentro das quais a vida, em cada
uma de suas múltiplas manifestações, se dará no futuro breve, imediato e
longínquo;
e determina, através das
tendências de cada momento, o provável processo de desdobramento de cada
potencial em realidade.
Tendências,
esta a chave do futuro,
disponível no presente!
Tendências, a informação
fundamental para qualquer entendimento mais amplo da realidade e mesmo a sua
previsão!
Desde os Primórdios da
Civilização
Em todas as épocas o ser
humano procurou no seu meio sinais indicadores do presente ainda desconhecido e
do futuro a se manifestar, tentou descobrir as tendências de cada situação;
mais ainda, durante toda a
sua história o ser humano tentou participar diretamente do curso dos
acontecimentos, a procura de influenciar diretamente na sua ocorrência.
Pinturas rupestres em
cavernas pré-históricas sugerem tentativas de facilitar ações de caça e guerra
antes mesmo das presas ou rivais terem sido avistados;
rituais milenares
preservados até hoje nas ilhas do Pacífico Sul e em regiões centrais da África
apontam a intenção de influenciar o curso dos acontecimentos naturais e
humanos;
registros inscritos ou
esculpidos em construções megalíticas como as ruínas das civilizações
babilônica, egípcia, asteca, pré-incaica e mongólica comprovam a a busca de
alternativas para superar a fragilidade assustadora frente a qualquer
imprevisto ameaçador; complexos sistemas preditivos foram concebidos e
desenvolvidos por povos das mais distintas culturas e origens, sempre na
tentativa de antecipar-se aos eventos e proteger-se de inconvenientes.
As práticas divinatórias
— de “serviço aos deuses”,
visando obter os seus favores — assumiram todas as formas possíveis, dependendo
da cultura que as produzia:
sementes, pedras, folhas,
animais, objetos, substâncias químicas, instrumentos musicais e de percussão,
cantos, hinos e cantos, fumaças e fumigações, peças de artesanato, obras de
arte e até mesmo excrementos podiam ser utilizados, desde que realizassem a
ponte esperada entre o sagrado e o profano, isto é, “persuadissem” os deuses a
informar o ser humano de quais ocorrências iriam se abater sobre ele ou estavam
por se verificar.
Para tanto, a humanidade tornou
sagrado gatos, escaravelhos, elefantes, vacas, peixes e serpentes, utilizou
sementes, inscreveu caracteres, criou objetos de madeira, metal, cerâmica ou
vidro, desenvolveu artefatos têxteis, queimou ervas aromáticas, venerou pedras
esculpidas, folhas ou vísceras e até mesmo concebeu práticas ritualísticas, sacrifícios de animais
e de humanos, combinando dança, música e cantos, para seduzir e persuadir os
deuses, para deles tentar obter protecção, informação, a sempre preciosa
informação sobre a realidade concreta.
Basta lembrar que o herói
grego Prometeu nunca foi perdoado pelos deuses do Olimpo, após a sua tentativa
(bem sucedida) de roubar o fogo dos céus e distribuí-lo entre os homens,
ampliando-lhes a consciência e aumentando-lhes o poder sobre o futuro!
Porque sempre se tratou de
obter informação, informação que ampliasse o conhecimento humano e aumentasse a
sua possibilidade de sobrevivência e de construção de felicidade para si e para
os seus.
Com a leitura de folhas de
coca, como nas práticas andinas desde tempos pré-incaicos; ou folhas de chá ou
nas borras de café, através do jogo de varetas ou de moedas, como no milenar I
Ching chinês;
Sacudir pedrinhas cobertas
de inscrições, como nas runas célticas;
Analisar demoradamente a
simbologia de cartas, como na época medieval com o Tarot de Marseille; ou
cartas de jogar dos soldados da corte real espanhol.
ou apenas observar as
estrelas e registrar o movimento dos
astros no firmamento, como na astrologia, o ser humano sempre procurou
encontrar condições para sobreviver e se organizar no seu meio ao aparente caos da realidade.
Mas de todos os recursos
“mágicos” criados pela humanidade, a astrologia sempre foi o mais encontrado:
todas as culturas, independente da sua localização geográfica, condições
climáticas e grau de desenvolvimento comercial, agrícola ou artesanal, tiveram
algum nível de prática astrológica.
Por uma simples razão:
como diz o ditado popular,
o sol nasce para todos!
Isto é:
em todas as latitudes e
longitudes e em todas as épocas o ser humano teve sobre si o céu e os astros, na
sua rigorosa, mas ritmada mutação;
no suceder de incontáveis
gerações, muitas das “coincidências” foram observadas e registradas, permitindo
o acumular de informações sobre padrões que tendam a repetir se,
independentemente das condições que parecessem predominar.
A cada vez que um certo
astro, planeta ou estrela, executa um movimento nos céus, determinada
ocorrência era observada na Terra;
a cada vez que uma certa
combinação de astros “lá” se dava, determinada sucessão de acontecimentos
“aqui” se produzia.
E esta hein?
Suponha-se a existência de
algum nível de “ligação” entre os corpos celestes
— “com toda a certeza
divinos!”
— e os acontecimentos mais
vitais do ser humano e da sua vida.
Fragmentos de tábuas de
barro cozido encontrados no que hoje corresponde ao Médio Oriente indicam que
sumérios, hititas, caldeus e babilônios já praticavam a “leitura” dos astros e
ousavam interpretar o significado dos seus movimentos há pelo menos vinte
milênios; calendários em pedra polida encontrados pelos conquistadores
espanhóis na costa pacífica da América do Sul e nas regiões da América Central
apontam ocorrência semelhante;
Registros milenares em
sânscrito atestam que a prática da astrologia já era desenvolvida nas primeiras
civilizações do subcontinente hindu;
Tradições até hoje
mantidas pelo sufismo árabe (o misticismo islâmico) ou pela kaballah hebraica
não fazem outra coisa senão sinalizar a mesma realidade.
Todavia, para todos estes
povos
— e até mesmo para o
pensamento europeu da Idade Média, berço da cultura ocidental
— tratava-se, todo o
tempo, apenas de querer saber com antecipação o que já se supunha predestinado
a acontecer.
Nada mais havia a fazer
senão vergar-se à impiedosa força do destino, que no seu movimento supostamente
circular obrigava todos os seres a acontecimentos independentes das suas
vontades individuais.
Muitos dos antropólogos
que se detiveram a estudar manifestações humanas como a magia e a religião
ensinam que o que distingue uma da outra é a suposição central da magia no
sentido de se poder interferir ativamente na realidade, ao passo que a religião
se caracteriza por uma atitude contemplativa frente a uma realidade tida como
imutável.
(Neste sentido, em termos
históricos, a Ciência é “filha” da magia, e não da religião, pois a procura
incessante de conhecimentos, atributo central da atitude científica, nada mais
visa senão aumentar a capacidade humana de interferir no mundo físico real!
E não para outra coisa é
que tantos sistemas de conhecimento divinatório, também chamados de Ciências
Arcanas
— do latim arcanu,
“mistério” —, foram também desenvolvidos)
Mas o que poderia o ser
humano era apenas supor, senão o fato de que os movimentos celestes provocavam
os acontecimentos terrestres e humanos?
Afinal, neles não viviam lá
os deuses?
Poderiam os nossos
antepassados acreditar em outra coisa senão numa suposta força causal possuída
pelos movimentos celestes?
Num mundo pré-científico,
no qual nada se sabia de eletromagnetismo, “buracos negros”, força nuclear
forte ou fraca, partículas subatômicas, fusão nuclear ou mesmo Física, Química
e Psicologia, poderiam os homens e mulheres daquelas épocas conceber outra
possibilidade que não a da predestinação e da influência direta dos astros
sobre o destino de cada ser vivo?
E não estou a falar apenas
de homens que viviam na barbárie ou em estágios um pouco mais elevados de
civilizações já existentes:
o astrólogo Jean Baptiste
Morin de Villefranche (1583-1656), ao
serviço do Cardeal de Richelieu e toda a corte de Paris no Século XVII, editou
uma extensa obra (L’Astrologie gauloise) cujo título principal era a Teoria da
determinação ativa dos corpos celestes, o que não deixa dúvidas sobre a
suposição até então predominante.
Mesmo a astrologia que se
praticou na Europa a partir do Século XIX foi fortemente marcada por estas
noções deterministas:
influenciadas pela
produção teórica de Helena Petrovna Blavatsky, fundadora e líder do movimento
político-espiritualista da Teosofia, e pelas noções reencarnatórias que o pensamento
hinduísta desenvolvou no decorrer dos séculos no subcontinente indiano, Alice
Bayley e Annie Besant desenvolveram uma astrologia fortemente alicerçada na
idéia de que tudo o que ocorria na vida de uma pessoa era “carma” do passado sendo cumprido nesta vida,
num “acerto cósmico de contas”.
Esta mesma tendência
reencarnacionista se expandiu pelo trabalho de astrólogos adeptos do
Espiritismo, movimento espiritualista com tonalidades próprias desenvolvidas a
partir do trabalho de Allan Kardec, que em 1856 publicara O Livro dos Espíritos
e deu início a este movimento de astrologia espiritual.
Num primeiro momento, as
condições humanas foram vistas como meras decorrências da vontade dos deuses
encarnados nos astros, os quais eram implacáveis na sua ira ou quando não
satisfeitos nos seus desejos;
Pior ainda:
Hoje, ainda há quem afirme
que os planetas “atuam energeticamente” sobre a ocorrência dos fatos e o
desenrolar dos processos, misturando noções da Física apreendidas
superficialmente com superstições de um passado já distante.
Que os “planetas” utilizados
pela astrologia na procura de conhecimentos correspondem apenas a recursos
simbólicos, meramente simbólicos, transitando por pontos imaginários do espaço,
e continua- se supor que estamos à mercê de forças maiores do que nós e situadas
fora de nós mesmos, contra as quais nada se podemos fazer.
Estas mesmas condições
hoje passaram a ser vistas na astrologia Karmica, como nada mais senão etapas
de um longo trabalho multissecular de purgação, alma a alma, de “más ações”
algum dia praticadas em vidas anteriores.
Como, então, devolver ao
ser humano a possibilidade de acreditar que pode interferir ativamente no seu
próprio destino e nas condições de vida que ele mesmo esta a produzir, nas suas
escolhas, ações e atitudes?
E Assim vem…
A Astrologia Psicologica
Traços Estruturais de
Personalidade na astrologia?
Os traços estruturais da
personalidade global compõem o que pode ser chamado de tipo psicológico e
merecem, por parte da pessoa, um minucioso trabalho de “gerenciar” ou
“administrar” as suas formas de manifestação.
Isto é:
já que tais traços estarão
sempre presentes no psiquismo daquele pessoa, pois fazem parte da sua estrutura
psíquica mais profunda e não são em si positivos nem negativos, o desafio é
aprender a lidar com as suas formas de manifestação de modo mais adequado do
que , até hoje.
Imagine alguém que nasça
portador de um psiquismo naturalmente mais extrovertido do que introvertido;
Esta pessoa deve se
esforçar a prestar mais atenção aos seus conteúdos internos, pois facilmente
percebe o que está no meio ambiente e crê estar de posse de todos os dados
necessários para uma correta avaliação da situação, sem perceber com clareza o
que se passa “por dentro dela ” relativamente a sentimentos, pensamentos e
sensações.
Já alguém
predominantemente introvertido atua ao contrário:
Lida com situações
objetivas principalmente a partir do que identifica no seu próprio mundo
interior, dada a maior facilidade em dirigir a consciência para o seu campo de
referenciais internos, com freqüência exagera ou diminui a importância real do
objeto ou do evento externo por mal perceber o que está acontecer no meio
ambiente.
Pode ser alguém
predominantemente intuitivo (muitos planetas em signos de Fogo):
então, percebe-se com
extrema facilidade o que os outros querem ou sentem, crê-se que todos têm a
mesma facilidade de percepção e poucas vezes fala de si mesmo.
Esta pessoa deverá falar de si até à exaustão, correndo o risco de parecer
óbvia — pois, pelo menos, terá então a certeza de o outro compreender o que lhe
passa por dentro.
Mas se for uma pessoa com
a função intuição pouco desenvolvida, terá de se esforçar a não pedir tão
excessivamente repetidas manifestações explícitas de carinho, consideração ou
respeito por parte dos outros, pois provavelmente ela é que não consegue
perceber com facilidade e julga não recebê-las.
Pode ser alguém com
predominância de função sensitiva (muitos planetas em signos de Terra) e, dada
a facilidade com que se conecta com o próprio interior de estabilidade, deverá
se esforçar a rever a posição frequente de auto-suficiência presumida que a faz
abrir mão de aspectos mais difíceis da realidade para não ter de engolir sapos.
“Eu não preciso disto”, é a sua afirmação
constante, ao contrário de quem tem esta função pouco acessível à consciência:
este caso indica alguém que
crê necessitar tanto do mundo externo para a sua suposta estabilidade (conta bancária, emprego,
rotinas do dia-a-dia, certa relação pessoal etc.), que acredita que se
desequilibrará se abrir mão deles, mesmo quando isso não a satisfaçam.
Ou talvez seja uma pessoa
com predominância da função intelectual (muitos planetas em signos de Ar) e
tenha uma extrema facilidade de transformar em raciocínios tudo com o que se
envolve;
Se por um lado isto
costuma apontar o autodidata por excelência, em geral sugere a necessidade de
aprender a utilizar mais vezes outras funções da consciência (até porque a
função pensamento é excessivamente valorizada na nossa cultura).
Se, entretanto, a pessoa
tiver escasso acesso a esta função da consciência, o que por si só muitas vezes
gera uma vaga “sensação de burrice”, ela deve ser reforçada a avaliar mais
objetivamente o seu desempenho intelectual, pois pode estar a considerar-se
menos competente do que realmente é.
Pode também ser uma pessoa
que tenha enorme facilidade em se conectar com o mundo através da sua função
predominantemente emocional (muitos planetas em signos de água):
com frequência e acredita
estar tão à mercê dos próprios sentimentos, que prefere manter-se à distância
de situações de forte envolvimento emocional.
Mas se o mapa astrológico
natal oferecer indicativos de uma dificuldade maior em conscientizar os
próprios sentimentos, deve ser reforçado a não entrar em situações nas quais a
forte emoção é o único suposto benefício:
é que irá preferir tal
tipo de situação, pois um sentimento intenso pode ser percebido com muito mais
clareza, seja agradável ou desagradável e mesmo quando a situação nada mais
tenha a lhe oferecer.
Da mesma forma, mas de
modo mais acentuado, a pessoa poderá apresentar na sua carta astrológica natal
o que é chamado um Grande Trígono, seja ele de Fogo, Terra, Ar ou Água (um
triângulo equilátero formado por três ou mais planetas localizados em signos de
um mesmo Elemento e que mantêm entre si respectivas relações angulares de
120º):
isto indicará no psiquismo
do consultante uma marcada predominância da função simbolizada por aquele
Elemento (Fogo/intuição, Terra/sensação, Ar/pensamento e Água/sentimento),
merecendo uma breve discussão e um aprendizado sobre como atuar na vida também
a partir das outras funções da consciência.
A carta astrológica natal
pode indicar um acúmular de planetas em signos Cardeais e apontará uma pessoa
para quem uma alta taxa de desgaste físico-muscular é fundamental a todo o
tempo, dada a facilidade de reposição de energias a serviço das atividades orgânicas
e mentais:
tanto mais ela tiver um
dia-a-dia sedentário, mais ela se sentirá com tensão, irritada e impaciente,
pronta para explodir a qualquer momento;
se acúmular planetas em signos Fixos, um estável núcleo
interno de auto centramento se transformará com facilidade em obstinação e
teimosia, merece minuciosa avaliação quando necessário;
e se acúmular planetas em signos Mutáveis, haverá uma
natural inclinação a se envolver em tarefas partilhadas facilmente inclinará a
pessoa a aceitar tarefas que são dos outros, com base num impulsivo “pode
deixar que eu faço”.
Por fim, o equilibrio yin
e yang ( isto é feminino/masculino) da carta astrológica natal (quantidade de
planetas em signos yin e yang, bem como a localização, por signo, do Sol, da Lua
e do Ascendente) isso me indicará a
natural inclinação da pessoa em privilegiar na vida as funções do hemisfério
cerebral direito ou do esquerdo, responsáveis, pelas funções yin e funções yang
da psique.
É que todos os seres
humanos possuem ambos os tipos de função no seu psiquismo (que prefiro
denominar yin ou yang e não “femininas” ou “masculinas”, pois não se trata de
sexualidade) e depende da maior inclinação natural em utilizar um ou outro
agrupamento de funções o fato de a pessoa ser mais “feminina” ou mais
“masculina” na sua forma geral de lidar com a vida e consigo.
Este é um aspecto
fundamental, já que a nossa cultura exige de homens e mulheres papéis sociais
excessivamente rígidos e diferenciados, podendo provocar severas dificuldades
de construção de auto-imagem positiva em quem se diferencia naturalmente das
atitudes e dos papéis sociais esperados do seu sexo biológico.
Funções disso tudo?
Imagine, então, por exemplo,
um homem que possua um mapa astral natal mais yin do que a média dos homens do
seu meio ambiente cultural:
ele se vai mostrar desde bebê bem mais emocional,
mais intuitivo e mais sentimental do que o modelo masculino da sua cultura,
podendo acreditar-se afeminado ou inseguro da sua própria masculinidade;
em contrapartida, suponha
uma mulher que apresente um mapa astral natal mais yang do que o modelo
feminino valorizado pelo seu meio ambiente cultural: desde bebê ela se mostrará
mais racional, mais agressiva e mais lógica do que o modelo feminino de sua
cultura, podendo acreditar-se masculinizada ou pouco feminina.
Casos como estes, se não
bem entendidos e aceitos internamente, podem levar a pessoa ao comprometimento
de sua auto-imagem e até mesmo a severos desequilíbrios hormonais, com pesados
problemas de hipófise, tireóide e gônadas (componentes básicas do sistema
endócrino envolvido com a produção de hormônios masculinos e femininos e com a
definição de traços sexuais secundários como a distribuição de pelagem ou da
massa corporal e o timbre de voz, entre outros).
Traços Conjunturais de
Personalidade na astrologia
Já os traços conjunturais
da personalidade global, sempre derivados de modelos precocemente apresentados
pelo meio ambiente à criança, devem merecer outra estratégia de resolução:
Ao invés de apenas
aprender a “gerenciar” ou “administrar” uma real característica pessoal, a
pessoa deve se dispor a se reprogramar emocionalmente, gradualmente
desmobilizar as matrizes inconscientes de comportamento que foram condicionadas
pelos modelos feminino, masculino e relacional atuados na sua casa.
Porque tais matrizes afetam
o desempenho global da pessoa, cobra um alto preço em praticamente todas as
áreas de atividade pessoal, da afetividade à espiritualidade, da manifestação
criativa à sensualidade, do desempenho intelectual a uma vivência mais plena da
sexualidade?
Retomendo o raciocínio que
explica a origem das matrizes inconscientes do comportamento de uma pessoa:
nascida com inclinação
natural a determinadas formas básicas de comportamento, devido ao seu tipo
psicológico altamente individualizado (todos os seres humanos, por mais
diferentes que pareçam, portam traços básicos análogos de constituição
psicossomática, característicos da espécie), a criança imediatamente passa a
conviver com um determinado modelo de pai e de mãe, fruto de como ambos estão
naquele momento da sua vida, da qualidade de sua inter-relação pessoal e do
tipo de relação que mantêm com a criança.
Será do percebido no
comportamento global paterno e materno que a criança estruturará aquilo que a
Psicologia chama de imagem materna e imagem paterna, as imagens parentais
básicas formadas durante o período infantil, associadas às emoções e
sentimentos da infância e posteriormente reprimidas no inconsciente.
Mais depois, iniciada a
sua socialização (escola, amiguinhos , parentes, companheiros de interesses
etc.), a criança estará a viver experiências que farão ressoar as memórias
emocionais da primeira infância, reafirmando-as e acredita que sempre será
assim; gradualmente nela se instala um certo fatalismo , pois sem o saber a
pessoa vai selecionar, dentro do conjunto geral de situações possíveis no meio
ambiente, aquelas que mais de perto ecoem as cenas da primeira infância (no que
diz respeito ao conteúdo emocional e sentimental lá vivido), tenta
compulsivamente reviver tipos de emoção e sentimento análogos aos que eram
vividos na casa original.
O porquê de eu dizer, que
uma mapa astral é vira o disco e toca o mesmo.
Se a criança é uma menina,
quando adulta utilizará o conteúdo de sua imagem materna para modelar
inconscientemente a própria auto-imagem, utilizando o conteúdo de sua imagem
paterna para pré-definir o tipo de homens de que se aproximará e o tipo de
relações que terá com eles;
se for menino, dar-se-á o
inverso.
A única forma de romper
este ciclo vicioso
(isto é atrair situações
que produzem sentimentos parecidos com os vividos na sua casa de infância, como
forma de se certificar de que a realidade natural é esta, com isto vai procurar
mais uma vez situações com este contorno por toda a sua vida, mesmo que diga
não querer ou não querer mais) vai reviver as emoções e sentimentos
originalmente vivenciados e, desta forma, se livrar das cargas emocionais e
afetivas que atuam compulsivamente a partir do inconsciente, assim como retira da
pessoa o controle consciente sobre o seu próprio comportamento.
Por isto, a pessoa
praticamente não tem outra alternativa a não ser realizar algum tipo de
trabalho de autoconhecimento e modificação interna, com o objectivo de
identificar quais os modelos de comportamento que lhe foram apresentados (as
formas de pensar, sentir, querer e agir) e, destes, quais conscientemente
deseja manter na sua vida atual;
Então, isso vai responder
a algumas das principais questões que a pessoa
se faz, a análise da sua carta astrológica é um recurso precioso, uma
excelente ferramenta.
Recordo um conceito básico
de psicologia mencionado: nenhum fenômeno psíquico tem uma origem única, nenhum
comportamento humano é motivado por uma causa apenas.
Da mesma maneira, que nenhum
aspecto da dinâmica ou da estrutura da sua personalidade identificada por um
mapa astral natal deriva de apenas um, e só um, dos seus componentes.
Por esta razão a análise
de uma carta astrológica natal deve contemplar a totalidade da carta ( não apenas
o seu signo e ascendente por exemplo), já que as situações possíveis podem ser
reforçadas ou atenuadas por outros dados da mesma carta.
Por que a minha
Auto-Estima esta tão baixa?
Não são poucas as pessoas
que se queixam de uma sensação vaga e imprecisa de abalo da sua auto-estima, mesmo
quando são bem sucedidos nos seus múltiplos papéis;
Isto em geral as coloca
numa roda-viva de necessidade de se afirmar, por mais que tenham sucesso, não
lhes é permitido descanso nem momentos de relaxamento.
Quando, por exemplo, num
mapa astral natal o Sol da pessoa esta em Conjunção, Quadratura ou oposição do
planeta Saturno, desenvolve-se dentro de si, desde a primeira infância, uma
pesada sensação de estar a fazer algo errado ou censurável pelo simples fato de
existir;
Este dado também informa
que provavelmente o pai desta criança exige dela um rígido desempenho global,
na mesma medida em que foi dele exigido também, não da à criança a oportunidade de desenvolver uma postura
interna de otimismo e crença na vida e em si mesma.
Como resultado,
estruturou-se nela um rigoroso superego ( isto uma enorme carpaça), razão pela
qual no futuro, mesmo quando pudesse ou desejasse, vai carregar a pesada
sensação de “estar a ser vigiada” e pode ser alvo, a qualquer momento, de pesadas
acusações de incapacidade (as casas astrológicas envolvidas relatarão em
detalhes a intensidade da cobrança e as áreas de atividade mais diretamente
penalizadas).
Outras vezes, esta
sensação de baixa auto-estima provém de
outra história:
se o mapa da pessoa
mostrar uma Quadratura entre Marte e Lua, pode-se ter verificado uma pesada
rejeição materna à gravidez e, como consequência, desde a fase intra-uterina a
criança foi obrigada a conviver com pesados sentimentos de rejeição pelo
simples fato de existir.
Pior ainda se este mesmo
mapa apresentar uma quadratura ou oposição entre Plutão e Marte:
muito provavelmente a mãe
tentou um aborto ou pelo menos desejou ardentemente fazê-lo, assim foi instalado
no psiquismo do feto pesadas ameaças de morte, além dos sentimentos de
rejeição.
Outro mapa natal poderia
mostrar o Sol recebendo em quadratura a
Marte, num cenário doméstico (indicado por outros dados) no qual o pai não está
feliz consigo mesmo;
se é o mapa de uma mulher,
muito provavelmente este pai desejava um filho e rejeitava pesadamente a filha
“pela simples razão dela ser mulher”.
Aliás, se o mapa natal é
de uma mulher, quaisquer ataques à Lua ou a Vênus (quadraturas e oposições de
Marte, Saturno, Júpiter e Urano, ou Lua e Vênus em quadratura ou oposição entre
si) abalam rigorosamente sua noção interior de feminilidade e, por consequência,
a sua auto-estima (visto ela se identificar externamente como mulher, mas
internamente não confia em si mesma);
por sua vez, se o mapa
astral é de um homem, quaisquer “ataques” contra o Sol, Marte e mesmo Júpiter
podem instalar sentimentos semelhantes em relação à própria masculinidade.
Isto para não falar de
sentimentos derivados da pressão do meio contra a vivência de algum dos traços
estruturais de personalidade:
por exemplo, imagine uma
menina que desde cedo se perceba “mais maria rapaz” do que as suas amiguinhas
e, graças a isto, já que na nossa cultura não se aceita que uma menina tenha
comportamento mais de guerreiro, julgua-se incompetente na sua feminilidade.
Ou um homem que desde
menino se recuse a jogos de maior agressividade e seja repetidamente acusado de
“maricas”.
Ambos poderão desenvolver
pesados sentimentos de inadequação sexual, através da homossexualidade ou através
do exagero compensatório dos seus papéis sociais femininos e masculinos,
respectivamente.
Por vezes, basta que a
pessoa se tenha identificado demasiado com a figura parental do mesmo sexo
e, caso o mapa natal confirma, tal figura tenha sido uma “frustrada”:
muito provavelmente,
quando adulto este indivíduo carregue pesados sentimentos de ser também um
frustrado.
As situações são inúmeras,
as causas são sempre complexas e não se esgotam em um ou outro aspecto apenas
do mapa natal;
O importante, na verdade,
é que pode entender as razões de tais sentimentos e, na posse destes
conhecimentos, trabalhar no sentido de alterar o conjunto de memórias
inconscientes que os mantêm e lhes são indesejáveis.
Mini estudo astrológico do
mapa da
andreza guerra
Data: 06-03-1997 01:00
Nasceu em Coimbra e vive
em Lyon França
ASCENDENTE AQUÁRIO
O regente do Ascendente é
Saturno na Casa 2 em Carneiro
Saturno na Casa II
- Tem de trabalhar
arduamente para ganhar a vida, embora seja perspicaz nos fituros negócios e não
seja de perder dinheiro nas suas transações.
Poupar para a velhice é
uma coisa;
ser sovina é outra.
Saturno em Carneiro
- Saturno em Carneiro está
em queda e isso manifesta-se negativamente por não ter consciência dos
princípios de justiça social bem como dos direitos dos outros.
Por outro lado as
circunstâncias a vão forçar a adquirir espírito de iniciativa e a moderar e os
impulsos gerando com isso disciplina e auto--confiança.
Este processo desenvolve a
criatividade mental que, por sua vez, pode levar à introdução de conceitos
novos às áreas a que se irá dedicar.
Saturno na Casa 2 em SEXTIL a Ascendente na Casa 1
- Desperta sentimentos de
respeito e admiração nos outros pela rectidão do seu comportamento.
Saturno é almuten ou
dominador da Casa1 Casa8 Casa12
Ascendente: 16ºAQU
50'46" no 2 º Decanato (Gémeos)
Tenha presente que Aquário
é um signo de ar embora seja representado pelo aguadeiro a derramar a sabedoria
(a água) sobre a terra (a humanidade).
O espírito inovador,
inventivo e inconformista de Urano fazem de si e dos aquarianos os verdadeiros
motores do progresso em todos os sentidos.
Dada a sua grande
capacidade de inovar e cortar com o que é velho e ultrapassado torna-se
consequente com os seus novos pontos de vista o que leva muitas vezes erradamente
a pensar que não sabe o que quer.
Por outro lado o aquariano
é o símbolo da fraternidade. Um dos seus maiores objectivos na vida é
contribuir para o bem-estar da humanidade.
É de ideias muitas vezes
consideradas como excêntricas, determinada e teimosa;
dificilmente inabalável no
seu comportamento de "eu é que sei" o que pode criar desavenças nos
grupos de pessoas em que se insere,
grupos esses de que necessita " como peixe de água".
No entanto não é por
razões de segurança de qualquer ordem que necessita de viver em grupo;
é só por instinto
gregário.
A prática do desporto nada
lhes diz.
Prefere actividades
intelectuais.
2 º Decanato - Gémeos
Mercúrio dá aos geminianos
a capacidade de aprender, raciocinar e
reagir com rapidez e eficiência .
Mente extremamente criadora
e bastante comunicativa. Saber e saber
cada vez mais é um dos seus lemas.
Os seus interesses são
bastante variados mas de igual intensidade.
Atinge um estado de
satisfação plena se puder executar manualmente o que idealiza.
Torna-se muito popular
devido à sua comunicabilidade mas não gosta de se prender a nada nem a ninguém
preservando cautelosamente o seu sentido de liberdade e individualidade.
Inconformista por natureza
e nunca aceita reagir de forma imposta.
O Signo Solar também é
Gémeos com o Sol a 12ºGEM29'
2 - TEMPERAMENTO
Preponderância dos
elementos Seco e Frio.
Temperamento melancólico,
linfático-nervoso.
Não está aberta a
impressões ligeiras e superficiais, mas qualquer coisa de mais forte cria
marcas profundas ao longo de muito tempo.
O que conseguir tocar as
suas emoções criará raízes profundas na sua mente e determinará o enquadramento
do seu raciocínio.
Geralmente é cautelosa,
muitas vezes, desconfiada.
É séria, por vezes quase
sombrio, preocupando-se muito com o futuro o que o leva a tornar-se sovina,
avarento mesmo.
No amor e na amizade é
verdadeira mas tende para o ciúme.
É marcada pela
responsabilidade, estrutura e pontualidade e espera que os outros se comportem
da mesma forma.
Sendo tensa e introvertida
é cautelosa, de uma natureza reflectiva e, normalmente, sempre em guarda, não
se evidenciando muito, dado a reflexões, comportamento planeado e sistematizado,
reservada, muitas vezes assustadiça e de embaraço.
Paciente em todos os
projectos, tenaz e obstinada, por vezes
fanática.
Preponderância dos
elementos Húmido e Quente.
Temperamento sanguíneo,
bilioso-sanguíneo.
Caracterizado por um
elevado grau de excitabilidade a que lhe falta, contudo, profundidade.
É facilmente
impressionável e também não é difícil despertar o seu interesse e o seu agrado.
Mas para que isso persista
é necessário que esses aspectos sejam permanentemente alimentados com outros de
cenários diferentes porque a rotina aqui não funciona e, rapidamente, a atenção
se vira para outros centros de interesse.
A capacidade de esquecer é
grande, é dada a impulsos.
Agrada-lhe as companhias
alegres, gosta de se divertir mas faz promessas sem as pensar cumprir.
Fica muito atrapalhada com
as gafes, desfaz-se em desculpas mas volta a fazer o mesmo na próxima
oportunidade.
Falta dos elementos Frio e
Húmido no seu mapa astral.
Pouca habilidade para
sentir profunda e intuitivamente. Debruçar-se sobre questões emocionais, suas
ou dos outros, considera como uma verdadeira perda de tempo a um ponto tal que
raia a insensibilidade.
As emoções são bem
controladas e se tiver uma necessidade absoluta de desabafar ou falar dos seus
problemas impõe limites que dificilmente deixarão trazer tudo cá para fora.